Pesquisa realizada pelo site US News amp; World Reportfortune tiger simulator, em parceria com a Wharton School, da Universidade da Pensilvânia, indicou o Brasil como melhor destino para turismo de aventura entre 89 países. O levantamento, que vem sendo incensado em vários meios do segmento, colocou o país à frente de Itália, Grécia, Espanha e Tailândia, mas tem sido visto com reticência por parte dos agentes especializados por aqui, alguns dos quais o classificaram, sob reserva, de "bobagem" e "caça likes" pela baixa representatividade dos 17 mil entrevistados —quase nada no contexto planetário.
Um dos poucos a soltarem o verbo abertamente contra a pesquisa foi Luiz Del Vigna, diretor-executivo da Abeta (Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura), que este ano completou 20 anos de tentativas de botar ordem no caos que é o segmento no Brasil, por meio da formação de profissionais na área e da luta pela normatização das atividades.
Na serra catarinense, aventureiros praticam salto com pêndulo, tirolesa e tirolesa com bicicleta a 120 metros de altura - Divulgação/Natural Extremo"Essa pesquisa não é nada", dispara Del Vigna, "é um universo muito pequeno e, quando você compara países como Itália e Grécia, que não têm tradição de turismo de aventura, e você não vê a Austrália, a Nova Zelândia, a África do Sul, por exemplo, constata que não tem verdade aí, é significativa apenas do ponto de vista de marketing, mas não reflete o que a gente vê no país".
Procurado para comentar a pesquisa, o Ministério do Turismo (que recentemente publicou a notícia da pesquisa em seu site) jogou a discussão para a Embratur (Empresa Brasileira de Turismo), que até o fechamento deste texto não se manifestou. Mesmo assim, a assessoria do ministério encaminhou uma nota do ministro do Turismo, Celso Sabino.
Nela, o advogado e político paraense do União Brasil que comanda a pasta celebra a pesquisa, dizendo que a notícia "repercute positivamente na mídia internacional". Ele acrescenta, e, vá lá, com toda a razão, que "o crescimento do turismo de aventura tem sido um fator importante para o desenvolvimento econômico em diversas regiões", por movimentar "pequenos negócios como pousadas, agências de turismo locais, guias especializados e restaurantes, impulsionando a economia das comunidades".
Até aí, tudo muito lindo.
Só que poderia ser muito mais se, como aponta Del Vigna, não fossem cerca de 70% desses negócios totalmente informais e, pior (perdão, Haddad!), à margem de todas as regras de segurança e cuidados com os biomas.
Luiz Del Vigna diretor-executivo da Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura) - 13.jan.22/Divulgação"No interior do nordeste, por exemplo, 90% da atividade turística de aventura é informal, não há um CNPJ para se responsabilizar em caso de acidentes", conta. "Com a informalidade, vêm o desrespeito à Lei Geral do Turismo, que inclui diversas normas para a segurança das atividades na natureza, e a baixa qualificação profissional, que não permitem à indústria brasileira de turismo de aventura ser efetivamente reconhecida como algo legal, com sustentabilidade, segurança, respeito ao código do consumidor", acrescenta, ponderando que "se é verdade que o turismo de aventura hoje, no Brasil, é muito melhor do que era há 20 anos, também é fato que temos muito que melhorar, porque com esse aumento descontrolado voltamos a ter também um incremento no número de acidentes no segmento".
Com o bom humor que lhe é característico, Del Vigna sonha em um turismo de aventura que cumpra todas as normas e regras previstas em lei: "Meio utópico falar nisso num país como o Brasil, né, meio bobagem, mas é assim que tem que ser. Ou não é?"
Pois então.
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