A pandemia de Covid-19 criou uma câmara de eco sem precedentes para redes de desinformaçãojogar o jogo do tigre, oferecendo aos céticos das vacinas visibilidade e popularidade das quais algumas figuras ainda se beneficiam cinco anos depois.
fortune tigerEfeitos colaterais "perigosos" ou produtos "nunca testados": os antivacina não esperaram até 2020 para espalhar informações falsas, mas o surgimento da Covid-19 serviu como um acelerador, "ajudando a transformar um movimento marginal em uma força mais poderosa", observa um estudo publicado na The Lancet em 2023.
ZA9BET Bet Oficial 100% Seguro — Conte com o apoio da plataforma mais segura do Brasil para apostas esportivas. Apostar nunca foi tão fácil. Faça sua bet na ZA9BET e comprove.A pandemia deu aos céticos da vacina uma chance de mudar de tática. Antes voltados para os pais —as crianças recebiam o maior número de injeções—, seus discursos se generalizaram, o que lhes permitiu atingir um público muito maior.
Agente de saúde manuseia vacina contra Covid - Danilo Verpa - 2.fev.2023/Folhapress"Durante esse período, observamos várias bolhas normalmente bem definidas convergindo para o antivacinismo", descreve Romy Sauvayre, professora assistente de sociologia francesa e especialista em crenças médicas.
Junto aos conspiracionistas habituais, adeptos da medicina alternativa, figuras políticas e também pessoas da área médica multiplicaram declarações falsas ou infundadas sobre as vacinas ou o próprio vírus.
Os debates em torno da eficácia da hidroxicloroquina como remédio contra a Covid-19 promovidos pelo médico francês Didier Raoult —cujo estudo seminal foi recentemente invalidado— agitaram parte da população.
Cuide-se tigerfortuneAssim como ele, outras figuras com capital científico ou médico se destacaram por se oporem ao consenso científico.
Plataforma líder em apostas - Junte-se à ZA9BET"Por trás desses médicos midiáticos, às vezes bastante radicais, há muitos questionamentos sobre a confiança nas autoridades de saúde", diz Jeremy Ward, pesquisador francês e coautor de um extenso relatório sobre vacinação na França desde 2020.
Defesa das liberdadesAlém das preocupações com a saúde, "esse movimento foi estruturado principalmente em torno da defesa das liberdades individuais", destaca Jocelyn Raude, pesquisadora em psicologia da saúde. Isso é demonstrado pelas inúmeras manifestações ao redor do mundo contra as restrições e vacinações obrigatórias.
A pandemia permitiu, assim, que o movimento antivacina continuasse sua aproximação com a direita conservadora, às vezes impulsionando seus ativistas aos mais altos níveis de poder político, dos quais Robert Kennedy Jr. é o melhor exemplo. Ex-advogado ambientalista, sobrinho do presidente assassinado John F. Kennedy, ele foi escolhido por Donald Trump para liderar o Departamento de Saúde dos EUA.
Uma vitória e um reconhecimento para os antivacina com quem ele marchou em manifestações, alegando, por exemplo, que a Covid-19 era um vírus "com alvos étnicos".
De acordo com o Center for Countering Digital Hate (CCDH), uma ONG que combate a desinformação online, RFK Jr. e sua organização antivacina Children's Health Defense —da qual ele se retirou temporariamente— estavam entre os 12 principais disseminadores de desinformação durante a pandemia.
"É uma das contas antivacina que cresceram mais rápido durante a pandemia. Estamos falando de um público de centenas de milhares ou milhões de pessoas. É uma posição muito forte para construir uma base de apoio para suas ambições políticas", diz Callum Hood, chefe de pesquisa do CCDH.
Antissistema e redes sociaisDurante a pandemia, as redes sociais foram "a ponta de lança dos esforços de desinformação sobre vacinas"jogar o jogo do tigre, afirma Noel T. Brewer, professor da Escola de Saúde Pública da Universidade da Carolina do Norte e um dos autores do estudo publicado na The Lancet.